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História de Portugal Contemporâneo
Através da mostra da coleção de cartazes do Movimento das Forças Armadas (MFA), evocamos um dos períodos mais marcantes da história de Portugal, a revolução do 25 de abril de 1974 e os acontecimentos históricos que conduziram o País democrático, nos anos sequentes, de muita agitação política e social no País.
Importa memorar, de forma breve, o tempo histórico do MFA, organização militar portuguesa que desempenhou um papel central na revolução do 25 de abril de 1974, que derrubou o regime autoritário do Estado Novo e iniciou o processo de democratização em Portugal. Criado em 1973, o MFA integrou militares (capitães e majores) das Forças Armadas que advogavam o fim da guerra colonial e a democratização de Portugal, e que, através do Programa do MFA que defendia "os três Ds"– Democratização, Descolonização e Desenvolvimento, guiou as ações políticas e sociais, no período que se seguiu à intervenção militar do dia 25 de abril. O MFA abriu, entre outros, o caminho para os direitos civis e sociais, a liberdade de expressão e de associação, as eleições livres e as reformas estruturais no País, no período que marcou a transição para o regime democrático.
Após a revolução, o período de transição para a democracia, foi de instabilidade política e social, carregado de tensões e divergências ideológicas e políticas, denominado o Período Revolucionário em Curso (PREC,1974-1976). A aprovação da Constituição Portuguesa em 1976, consolidou o regime democrático e marcou o fim da influência direta do MFA.
Os cartazes do MFA constituem um legado histórico e são fontes relevantes da História contemporânea de Portugal, de um período que marcou a transição de uma ditadura longa para uma democracia estável e moderna. Neles, estão expressos os ideais de liberdade, de justiça social, igualdade, unidade, trabalho, cultura para todos, ação cívica, o apelo ao voto, entre outros valores democráticos, com recurso a imagens carregadas de simbolismo. São os cravos vermelhos, os soldados, o povo, as crianças, entre outras representações, complementados por frases impactantes que resumem os anseios populares do período revolucionário e que traduzem o desejo de todos pela garantia dos direitos individuais e coletivos. Utilizados como recursos pedagógicos, pretende-se que fomentem, nos estudantes, a reflexão e o respeito pelos valores democráticos, essenciais à formação de cidadãos conscientes e participativos.
A sua compreensão permite perpetuar a memória dos que viveram estes tempos e possibilitam às gerações mais novas, o despertar do interesse e a indagação sobre os mesmos, indispensáveis ao aprofundamento do seu conhecimento, sobre estes acontecimentos.
